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A escrita pode ser um poema, ou parte dele, um provérbio ou comentário sobre algo realizado. Não há restrições quanto ao que vai ser escrito. O propósito da peça é inspirar, encorajar, ou comemorar um evento. Ainda que possam ser expressos tristeza, saudade ou uma certa nostalgia, o sentimento geral expresso nos Shodo não deve ser negativo.
Tradicionalmente são encontrados em templos, palácios e no “tokonoma” das casas, uma espécie de relicário. Hoje, podem ser vistos em todos os lugares. Nas casas de estilo ocidental no Japão, são pendurados ao lado de quadros e fotografias. São bastante comuns em hotéis, restaurantes e áreas de recepção de empresas.
A peça de Shodo deve ser escolhida com uma razão particular, seja ela para trazer sorte, prosperidade, longevidade, sucesso, ou simplesmente porque é bonita e do tamanho ideal. Freqüentemente, há um elemento sazonal no Shodo, sendo ele substituído no Japão, conforme a estação do ano ou evento. O Shodo pode ser feito para uma ocasião especial, como uma cerimônia do Chá ou matsuri.
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Arte tão espontânea quanto antiga (mais de 3 mil anos), o Shodo traz, em sua simplicidade, uma manifestação muito particular do sentimento do artista. Cada peça é diferente e única. Por mais que dois Shodo tenham os mesmos caracteres, nunca serão iguais. A cor da tinta, a pressão do pincel, a velocidade da pincelada, o papel e os espaços entre cada pincelada; tudo é diferente. O artista pode fazer vários Shodo sobre o mesmo tema até chegar ao resultado desejado. A boa caligrafia é aquela mantida pelo autor e apreciada pelos outros. A maioria é destruída.
A moldura pode enfatizar a beleza da peça, assim como sua posição no ambiente, a iluminação e até mesmo a ação do tempo, já que muitos apreciam a aparência antiga de um papel amarelado.
O Shodo é feito com um pincel cheio de tinta sobre um papel artesanal muito fino. Às vezes, o papel possui fibras e vincos que fazem com que a tinta borre, produzindo um belo efeito. Delicadas, as peças devem ser manuseadas com cuidado e preferencialmente protegidas em uma moldura.
O ocidental, geralmente, tem dificuldade em compreender e apreciar essa arte. Como o Shodo é feito em questão de segundos, é difícil para o leigo compreender o grau de dificuldade envolvido na execução de uma peça. Não se trata apenas de um exercício de “boa caligrafia”, mas da
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O olho bem treinado consegue distinguir a boa caligrafia da má, instantaneamente. O equilíbrio natural entre os caracteres e a composição como um todo, a variação entre o traço grosso e fino, a quantidade de tinta no papel, o tamanho dos caracteres e o ritmo em todo o trabalho são alguns critérios que podem ajudar nessa distinção.
Uma Breve História da Caligrafia Japonesa
A Caligrafia chegou ao Japão durante o século XVII a.C., através do Budismo. As escrituras budistas eram registradas em caracteres chineses, produzidas por monges. O mais famoso calígrafo japonês foi provavelmente o monge budista Kukai. Num episódio, o imperador Tokusokutei pediu a ele que reescrevesse uma seção de um painel danificado. Kukai teria pego um pincel em cada mão, um em cada pé e outro nos dentes e, assim, escrito simultaneamente cinco colunas de versos.
Há cinco tipos básicos de escrita chinesa (kanji): tensho (escrita para carimbos “hanko”), reisho (estilo de escriba), kaisho (estilo blocado), gyosho (semi-cursiva) e sosho (cursiva). Todos surgiram no final do século IV.
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Os japoneses desenvolveram os caracteres “kana” durante o século VIII, que expressam sons em contraste aos ideogramas. Três tipos de “kana” foram desenvolvidos: “manyogana”, “hiragana” e “katakana”. Os “manyogana” são certos kanji usados para representar foneticamente sílabas japonesas, e foram nomeados após a coletânea poética “Manyoshu”.
Na época em que esses poemas foram compilados (séc. VIII), o Japão não tinha um sistema de escrita próprio. Alguns dos poemas foram escritos em caracteres chineses utilizados foneticamente, e outros em caracteres chineses usados foneticamente e graficamente. A partir disso, com uma drástica simplificação, surgiram o “hiragana” e o “katakana”. Nas mãos das mulheres da nobreza do Japão, o “hiragana” desenvolveu-se numa bela escrita, que é de um estilo caligráfico exclusivo do Japão.
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